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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Não é o adulto que ama a criança e sim a criança que ama o adulto


Em clima do dia da criança nada mais propício do que recordar esta afirmação feita pela médica educadora italiana Drª Maria Montessori em pleno movimento da Escola Nova onde o paradigma: 

“A criança é a miniatura do adulto” estava sendo trocado, por influência das teorias de Freud, pela nova ordem da educação: “A criança é a construtora do adulto”. 

Ao longo dos mais de 40 anos de vivência educacional tive inúmeras oportunidades de concordar com esta afirmação:"Não é o adulto que ama a criança e sim a criança que ama o adulto."

Percebo o desamor dos adultos quando terceirizam as responsabilidades, mesmo que seja em nome da incompetência - quando tentam modificar o jeito de ser de seus filhos – quando colocam seus filhos na linha de fogo das desavenças entre o casal – quando não aceitam o fazer e o ser de seus filhos. 

Exemplos:

1-Em uma palestra um pai tenta me levar a afirmar que se a família, como ele, está despreparada para oferecer educação sexual, se a escola oferece textos permissivos à masturbação e relações sexuais na adolescência, então a Igreja deve assumir este papel. 

Respondi-lhe, evidentemente que não. A Igreja pode fazer o que aquela igreja estava fazendo: Palestras para esclarecer os pais. A família deve se preparar pois é ela a célula maior da educação.

2-Outro pai, me procura e relata que sua filha está cada vez  mais parecida com a mãe e que esta é uma péssima influência para a filha. Como fazer se o juiz deu à mãe o direito de visitas?

O pior é que este pai se sente “o máximo” pois ele como homem assumiu a educação da filha.

3- Uma mãe afirma que se arrepende de ter tido filho tão nova pois nada aproveitou da vida.

4- “Tudo que meu filho ou sobrinho ou aluno faz é errado, parece que ele tem um ímã: é ruim... é errado... é bagunça... é briga... é má companhia... lá está meu filho no meio!” 

Você pode estar achando estranho mas esta afirmação aparece em quase todas as palestras para pais ou professores e constantemente são seguidas da célebre frase: 

“já fiz de TUDO e NADA adiantou, o que a senhora me aconselha a fazer?” 

Meus conselhos? 

Ame esta criança! Flagre algo de bom que ela certamente faz! Coloque uma lente de aumento nas boas ações e bons comportamentos dela! Pare de falar mal dela pois assim você apenas fortalece os rótulos negativos  que já estão impregnados nela!

E a segunda parte da frase: “e sim a criança que ama o adulto”.

Percebemos o amor que as crianças têm pelos adultos quando os agradam e os abraçam logo depois que apanharam.

Quando os admiram e querem ser iguais a eles. Você já viu a expressão de realização e alegria quando uma menina de 4 anos coloca o salto alto da mamãe? Quando um menino coloca a gravata do papai?

Percebemos que a criança ama o adulto incondicionalmente quando filhos admiram e defendem seus pais bêbados, maldosos, agressivos, mentirosos, enganadores...

As crianças estão sempre cheias de amor para dar e possuem uma imensurável capacidade de perdão.

Que Deus ilumine os adultos para amarem, aceitarem e valorizarem as crianças.

Tenham tempo e paciência e ofereçam nova oportunidade para as crianças realizarem com sucesso aquilo que ainda é um fracasso. 

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