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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Mais uma vez confusão entre palmada e espancamento

Violência traz violência!
Criança ferida, criança que fere!
Muitas são as vezes que tenho escrito sobre violência doméstica, grande responsável pela maioria dos problemas sociais como desestruturação da família, uso de drogas, homens que batem em mulheres e outras mazelas sociais. Na grande maioria de casos que trato de mau comportamento dos filhos, há pais que batem varadas, palmadas e chineladas sempre que estão nervosos ou envergonhados de atos realizados por seus filhos, provocando, na maioria das vezes, a retirada da responsabilidade dos atos de seus filhos.
Também já escrevi sobre castigar ou premiar de acordo com seu humor, e agora quero escrever sobre uma grande confusão que se faz a partir do apelido político e social que a lei de proteção aos menores de espancamentos e castigos físicos de “lei da palmada”.
O apelido “Lei da palmada” faz com que a população acredite que dar uma palmada em seu próprio filho seja proibido e condenado por lei e outros chegam ao cúmulo de se dizerem impedidos, pela lei, de exercer seu papel de pai e autoridade sobre seus filhos.
Enquanto isto os filhos se empoderam de direitos totalmente desvinculados de deveres e o governo se furta do cumprimento do artigo do ECA que recomenda encaminhar os pais de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado e comportamentais a cursos de capacitação e conscientização a estes pais.  Tudo uma confusão onde os pais e as crianças são as grandes vítimas e no fundo quem sai vitimada é a FAMÍLIA.
E muitos evangélicos desinformados ou influenciados pelo apelido indevido "Lei da Palmada" no lugar de "Lei do espancamento" tem a coragem de dizer que esta lei é do demônio e antibíblica.
Demoníaco e antibíblico, por ser uma mentira, é o apelido que esta lei ganhou estratégia de uma deputada que desejava angariar votos “chovendo no molhado”. 
É polêmico, mas não há nada que mais vicia do que bater em criança e também é viciante a criança aprender a apanhar como coisa normal e sem lógica.
Pais, não justifiquem seus abandonos na educação dos filhos em nome da "Lei da Palmada", lembrem-se de que em Romanos 13:5 a Bíblia nos aconselha a educar pela consciência.
Que tipo de consciência o espancamento provoca?


APLICAÇÃO PRÁTICA
Em meu dia a dia no “chão da escola” tenho observado que as crianças que mais problemas de comportamentos desafiadores apresentam são as que os pais batem chineladas de amor e depois se arrependem e superprotegem os filhos.
Tenho trabalhado no sentido de descondicionar tais crianças e seus pais do fazer/bater/apanhar.
O problema é que meio a este processo as crianças “pedem para apanhar”, pois estão viciadas nesta forma de carinho e atenção.
Ao mesmo tempo em que os pais são aconselhados a não bater, também são aconselhados a reservarem 30 minutos do dia para uma reflexão dos comportamentos do dia e junto com seus filhos caminharem por uma estrada onde a criança sente-se caminhando em direção a um prêmio.
É como se fizéssemos uso de morfina para aplacar uma dor. Substituímos um condicionamento do castigo para outro condicionamento, só que agora do prêmio. Mas, se este segundo condicionamento é associado a uma hora de reflexão e conversa afetiva sobre comportamentos adequados e comportamentos inadequados, vamos em paralelo, formando uma mente que pensa sobre o que fez e consequentemente passará a pensar sobre o que vai fazer, além de trabalhar na formação da reflexão sobre a consequência de tudo que fazemos e o que é melhor: AUXILIAMOS estas crianças a VIVENCIAREM a PAZ e VITÓRIA que comportamentos adequados nos trazem.
Ao longo de três, quatro meses deste novo condicionamento, a criança, por si só, passa a sentir prazer em seus novos comportamentos social e se desinteressa dos prêmios, pois há um prêmio bem maior que é o ganho da aceitação social.
Desejo aos pais que batem impulsivamente ou calculadamente um BOM DESCONDICIONAMENTO para libertá-los e libertarem seus filhos.


Se você se interessa mais pelo assunto leia sobre as possíveis consequências do muito apanhar: http://uipi.com.br/colunas/2014/06/25/a-favor-ou-contra-a-lei-da-palmada/

domingo, 6 de julho de 2014

A Favor ou Contra a Lei da Palmada?

O que está errado é pais e educadores, frente ao descontentamento com a aprovação da “lei da Palmada” – nome popular da lei que pune pais ou responsáveis que aplicam castigos que resultam em sofrimento físico a crianças – abrirem mão de suas autoridades e à moda de Pôncio Pilatos, lavarem suas mãos e se desresponsabilizarem da educação de seus filhos.     



Estas leis afirmativas necessitam ser existentes para que a população inicie a busca de uma nova maneira de educar e não a busca de um abandono ou de uma desculpa que justifique a ausência e negligência da responsabilidade de ser pai e educador.

Biblicamente o apóstolo, escritor de Romanos, nos adverte no capítulo 13:5 sobre o quanto é incompleto educar apenas pelo castigo e nos estimula a educar também pela consciência.

Que nós crentes não coloquemos a culpa de mal educar nossos filhos nesta lei, pois o castigo por reciprocidade como consequência dos erros é tudo de bom e eficaz para educar, apenas dá mais trabalho do que o medo da palmada.



Inúmeras gagueiras, dificuldades de relacionamento conjugal ou mesmo relacionamento interpessoal tem suas origens em relacionamento com pais agressivos.

Já fiz pesquisa em Centro de Reabilitação de Menores detidos por atos de infração e constatei que todos sem exceção, retidos no período da pesquisa, haviam apanhado muito de suas mães, principalmente na idade de 4 anos.

Finalmente tenho o meu testemunho de fazer parte dos 5 filhos do casal de professores Alzira e Guilherme Paschoalick que não apanharam e que seus pais gastavam muito tempo conversando e refletindo sobre ações e consequências.

Educar é muito mais complexo e trabalhoso do que apenas dar palmadas quando um erro é efetuado.

Para que você possa refletir sobre as consequências da educação agressiva, uma criança educada  até os 12 anos pelo medo, por castigo e por surras pode desenvolver internamente uma ou mais destas 4 decisões abaixo descritas:

1. VINGANÇA: Quando eu crescer você vai ver o que eu faço com você! (Decisão esta que a maioria dos alunos agressivos e levados do Ensino Fundamental toma quando pequeno - 4 à 12 anos - frente a EDUCAÇÃO PELO MEDO, e  que faz parte da história de infância de quase todos os maridos que batem na mulher.)

2. INSENSIBILIDADE: Também não doeu, não estou nem aí! (Decisão esta que faz parte da história da infância da maioria dos presos por briga ou assassinatos com requintes de maldades.)

3. FINGIMENTO: Vou ficar mais esperto e fazer as coisas que os desagradam mais escondidas de vocês! (Decisão esta que pessoas “fingidas”, que costumam esconder seus maus comportamentos com mentiras a seus pais, professores, chefes, maridos, esposas, vigias - tomaram e que faz parte da história da maioria dos que se entregam a drogas ou a um mundo de mentiras.)

4. ABANDONO: Também não vou te amar mais e não vou gostar do que você me oferece. (Decisão esta tomada por alunos que não gostam de uma matéria porque tiveram experiências negativas com professores daquela matéria e faz parte da história da maioria dos adultos que abandonaram os estudos na infância ou adolescência ou mesmo daqueles adultos que não conseguem persistir até o final em uma tarefa ou propósito, mesmo frente a adversidades.)

Finalizando, a educação pelo medo é aparentemente a mais eficaz e imediata mas pode gerar no ser humano mecanismos de defesa que o impulsiona a tomar decisões de reagir, se defender ou se vingar mais tarde, quando crescer.

         Tais mecanismos e decisões são determinantes de comportamentos adultos desajustados e agressivos, pois o sentir e o pensar ficam inibidos em momentos de raiva ou contrariedade.

         Fazendo-se assim cumprir a afirmação: “Violência gera violência”.

        Troque a educação pelo medo pela educação pela consciência.
         
         Troque a educação pelas ameaças e castigos pela educação dos limites e contratos.

         Flagre seu filho fazendo coisas certas e verbalize para ele que, apesar de seus erros e insucessos, ele é CAPAZ e é AMADO e ADMIRADO.