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segunda-feira, 13 de abril de 2009

COMO EVITAR TER UM FILHO DESASTRADO.

A crença em sua própria capacidade de ser habilidoso ou desastrado inicia-se no ser humano na fase de engatinhar e pegar nas coisas. Depois o ser humano recicla seu próprio conceito de ser habilidoso ou desastrado, por volta de 4 anos quando a criança inicia suas primeiras dobraduras, seus desenhos. Logo mais tarde, ao aprender a escrever, a criança tem nova oportunidade de reformular sua auto-imagem sobre ser capaz e ter habilidades ou ser desastrado na vida. Para evitar ter um filho desastrado é necessário que durantes estas 3 fases (engatinhar – 4 anos – alfabetização) você mãe e você professor ofereçam estímulos positivos valorizando o esforço que a criança empreendeu para realizar com sucesso suas atividades e não do resultado desastroso ou sem desastres. Aqueles que durante estas 3 fases receberam estímulos negativos dos adultos tendem a criar sobre si uma crença de que não são capazes de certas habilidades que permitem o sucesso e o que é pior ainda, passam a crer que são merecedores do fracasso e a partir desta crença começam a afirmar sobre si mesmo: Eu sou desastrado! Ah!, Isto nem vou tentar fazer pois sou um desastre... Aos 11, 12 anos quando o adolescente passa uma fase de dificuldades espaciais e motoras devido ao seu crescimento biológico, o ser humano reafirma a crença interna negativa sobre si e se acomoda aos rótulos passando a se auto-justificar com frases como: Eu sou assim mesmo... minha mão é um desastre, eu não gosto de escrever... eu não quero ir para a escola... e coisas semelhantes. Para evitar ter um filho desastrado você deve “correr longe” destes estímulos negativos que exemplificamos abaixo. Tais atitudes são muito comuns em nossa sociedade porém você deve saber que elas são alimentadoras de um filho com comportamento desastrado:a) Bater na mão do bebê quando este pega em algo que não pode.b) Gritar: Largue isto! Você vai acabar com as coisas da casa! c) Dar comida na boca sem deixá-lo agir com suas mãozinhas sobre a comida.d) Dizer: Pare de amassar e gastar folhas com estes rabiscos!e) Observar a criança rabiscando a parede ou o sofá e dizer: _Que gracinha, ele vai ser pintor! (Os adultos devem interromper pois parede e sofá não são lugares de rabiscar.).f) Não reservar tempo para conversar sobre o que significa aquele desenho ou aqueles rabiscos que a criança lhe mostra com entusiasmo.g) Não reservar tempo para ouvir a história das cartas que ela escreve com um monte de garatujas emaranhadas, aparentemente sem significado.h) Colocar julgamento sobre suas produções escritas TIPO: Sua letra está horrorosa! Você é capaz de fazer melhor! Ele despenca todo o caderno! Seu caderno tem um monte de “orelhas de burro”!i) Ficar contando para “todo mundo” os desastres que ele ou ela fez e rir deles.Podemos exemplificar como estímulos positivos frente às 4 fases acima citadas: engatinhar e pegar em todas as coisas, 4 anos, iniciar suas primeiras produções escritas e a fase da desorganização espacial dos 11 e 12 anos:a) Oferecer vigilância e controle oral.b) Oferecer tempo e oportunidades de maneira a auxiliá-lo a REFAZER COM SUCESSO aquilo que anteriormente foi um fracasso.c) Valorizar os pequenos acertos e dar ênfase às pequenas conquistas. Muitas vezes esta criança ou este adolescente apenas está vivendo uma DESORIENTAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL e dicas de como lidar com esta desorganização será o próximo assunto desta coluna.
Quero deixar aqui algumas frases brilhantes retiradas do projeto: 'EDUCAR OS PAIS PARA EDUCAR OS FILHOS'

VALORIZE OS ACERTOS DE SEU FILHO OU SEU ALUNO, MESMO QUE ESTE PEQUENO ACERTO ESTEJA EM MEIO A MUITOS ERROS.
AUXILIE-O A REFAZER COM SUCESSO ALGO QUE FOI UM DESASTRE.

FLAGRE-O NAS ATITUDES CERTAS.

CONTE PARA “TODO MUNDO” AS ATITUDES CERTAS QUE FLAGROU.

PROMOVA A SUA COMPETÊNCIA E EVITE TER UM FILHO DESASTRADO.

Dúvidas e consultas online poderão ser feitas no campo “comentário dos leitores” que responderei com o maior carinho.

SUPERPROTEÇÃO TRAZ DEPENDÊNCIA EMOCIONAL AOS FILHOS.

A PROTEÇÃO só é positiva quando os pais conseguem equilibrar: Dar proteção ao filho x Ensiná-lo a se proteger. Este equilíbrio está intrincicamente ligado ao fato de conseguir independê-lo fisicamente e emocionalmente possibilitando que o próprio filho se proteja.Podemos dar como exemplo o beber água em copo. É lógico que não podemos dar um copo de vidro para as crianças aprenderem a sair da mamadeira e usar um copo, no entanto há um momento em que ainda colocamos o copo na boca da criança, em outro podemos deixá-los segurar o copo sozinho e só após a criança ter uma capacidade de apreender e equilibrar o copo é que podemos deixá-lo utilizar o copo de vidro. O problema não está em seguir esta ou outra sequência que leve à conquista da independência física, o problema está quando os pais não permitem esta evolução para a criança e vão sempre preferir dar copos de plástico ou alumínio em nome de protegê-lo dos possíveis acidentes que um copo de vidro pode provocar nas crianças. Este é um exemplo de superproteção.É lógico que utilizar mamadeira é muito mais fácil e tem menos possibilidades de sujeira ou acidentes. Utilizar copos de plástico também é mais garantido e corre menos risco.No entanto se os pais não dão oportunidades a seus filhos de crescerem e lidarem com os perigos eles não crescem e amadurecem emocionalmente.Foi muito comum em minha prática profissional encontrar crianças imaturas, com dificuldades de se relacionarem com outras crianças, com dificuldades de se separarem das mães quando cursavam a pré-escola. Com dificuldades para traçar com lápis ou mesmo utilizar uma tesoura ou cola. Com dificuldades de copiar da lousa em uma segunda ou terceira série do ensino fundamental.Ao averiguar, junto aos familiares, sobre esta criança... era batata!!!: Os adultos faziam tudo por ela. Davam comida na boca, davam banho, vestiam as meias, calçavam os sapatos, levavam a criança a dormir em suas camas de adultos e na maioria das vezes justificavam:_'Mas se eu não der na boca ele não come!'(Mãe de criança de 4 anos)._'Mas se eu não colocar o sapato demora um ano e chegamos atrasados!'(Mãe de criança de 8 anos)._'Mas meu marido viaja e ficamos muito sozinhos, então fazemos companhia um para o outro!' (Mãe de criança de 5 anos).Aí, sempre começamos uma série de orientações para os pais, não para eles largarem de uma vez mas para eles oferecerem oportunidade do filho superar sozinho tais diiculdades.Impressionante como após a criança adquirir uma certa independência física a independência emocional acontecia.Para a indepnedência emocional ou seja, crescer capaz de tomar decisões e resolver problemas na vida, é muito importante o filho auxiliar as tarefas domésticas, aprender a tomar conta de uma planta, de um animal e de si mesmo através dos cuidados de higiêne, alimentação e organização de seus brinquedos e objetos.Auxilie seu filho a adquirir a independência emocional oferecendo-lhe independência física.Vou deixar aqui uma frase brilhante retirada do projeto: 'EDUCAR OS PAIS PARA EDUCAR OS FILHOS'
'Ofereça tempo e oportunidade para que seu filho, pouco a pouco, refaça com sucesso aquilo que anteriormente foi um fracasso, uma frustração e não o critique ou apresse frente a suas tentativas infrutíferas..'

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA OU VIOLÊNCIA BRANCA NA EDUCAÇÃO.

Os antropólogos têm se dedicado nos últimos tempos a pesquisar as violências contidas no simbolismo da relação entre pessoas. Isto porque, fica cada vez mais comprovado, que inúmeras práticas sutis,como se fosse o BEM DA VIDA são responsáveis por comportamentos agressivos que aumentam dia a dia a violência urbana, o uso de drogas, a gravidez na adolescência e a prática de delitos por parte dos jovens.
Podemos citar como exemplo a doçura da professora que afaga e critica,que ensina e ameaça reprovar o aluno; os gritos e chineladas de amor que muitas mães dão em seus filhos para que eles não as envergonhem com seu comportamento; as frases ditas em momento de muita raiva como: Não aguento mais você - Você é o pior de todos - Você não vai dar nada na vida. Deste jeito não gosto mais de você...
Também constitui Violência Branca ou Violência Simbólica os castigos de suspender da aula de Educação Física ou do pátio, o aluno que fez folia na aula de português. Retirar o presente de natal do filho porque não obteve boas notas; não fazer a festa de aniversário porque brigou com o irmão; chamar de preguiçoso e vagabundo aquele que não vai bem na escola...
Por outro lado estudos nos comprovam também que pessoas criadas sem limites tornam-se com facilidade marginais em seus grupos sociais e alguns bastante desestruturados psiquicamente.
O desafio da educação atual está em como dar limites e promover o progresso e bom comportamento sem utilizar violência mesmo que seja doce e para o bem da vida.
Violência Simbólica ou Violência Branca está presente em muitas salas de aula e mesas de almoço familiar. Os sintomas são fáceis de detectar pois tais salas de aula ou mesas familiares se parecem com um grande fogão cheio de panelas de pressão desreguladas que facilmente explodem e causam estragos.Quando técnicos são chamados para estudarem e interferirem naquele 'fogão explosivo' diagnosticam que por trás das relações humanas há atitudes de pessoas ameaçando, humilhando e criticando. É preciso estarmos atentos a algumas práticas sutis que aumentam a violência (ameaças, críticas, chantagens, castigos prolongados, exposição ao ridículo) e diminuí-las...diminuí-las até que consigamos conviver pacificamente com nossos filhos ou alunos e estes nos obedecerem respeitando os limites que lhes impusermos.
É preciso também começarmos a utilizar outras práticas positivas e potentes que dão limites e levam a criança e o adolescente a um caminho de auto-controle adquirindo sua utonomia. São elas: conversas, contratos, combinados e negociações.
Mande-me através do campo “comentário dos leitores” suas dúvidas, experiências, comentários e sugestões que terei imenso prazer em responder-lhe pois certamente NINGUÉM É MELHOR DO QUE NÓS TODOS JUNTOS.

Educar ameaçando tirar o presente

Estava aguardando o semáforo abrir e ouvi uma mãe, na porta da farmácia ao lado, gritando e dando um safanão na filha que cansada sentava-se na escada.
Prestando atenção no que a mãe gritava dava para perceber toda a situação:
'Levanta daí que vai sujar o vestido e não vamos mais à casa da madrinha.'
A menina, que devia ter uns seis anos, não se intimidou e continuou sentada olhando com olhos cansados para a mãe, talvez ela tivesse certeza de que acabaria indo na casa da madrinha.
Outra pessoa que parecia ser a avó, segurando na mão de um suposto irmãozinho, retrucou: “Coitada, já são 13h20 e ela está cansada e com fome!”.
Após ouvir aquela permissão para desobedecer à mãe, a menina ameaçou deitar-se no chão. Foi aí que a mãe falou algo que levantou a menina de supetão do chão: “Se você não levantar daí vai ficar sem seu Ovo de Páscoa!”.
O sinaleiro esverdeou-se, olhei ainda para o quadro que se formara na porta da farmácia e vi uma sacola cheinha de ovos de páscoa nas mãos da mãe.
Continuei meu caminho a pensar:
Ameaçar retirar um presente prazeroso é um grande instrumento para conseguir que as crianças façam aquilo que desejamos. Mas que reflexo isto poderá trazer para a vida futura da criança?
Pelo sim pelo não: ameaçar retirar o presente, ameaçar dar um castigo corporal, dar safanões e gritar com a criança em local público são maneiras do adulto ser quase sempre obedecido. Porém, se tem um outro adulto que de pronto critica o ameaçador, a criança já entra em dúvidas sobre a obediência ou até faz como a menininha em questão: começou a deitar-se no chão, comportando-se exatamente ao contrário do que a mãe esperava.
Porém, pelo fato das ameaças serem na maioria das vezes eficazes, elas são largamente utilizadas pelos educadores. Tem o caso do professor que diz que o aluno que não terminar a cópia não vai embora para a casa... da mãe que ameaça largar o filho sozinho no supermercado se ele não parar de chorar e dar birra... e como é o nosso exemplo, a mãe que ameaça tirar o ovo de páscoa se a filha não se levantar do chão.
Fiquei também pensando do artigo 71 do Código de Defesa do Consumidor:
Art. 71 – Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas onde qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.'

Fazendo uma analogia, a mãe da menina expôs sua filha injustificadamente ao ridículo, pois todos olhavam. A mãe também interferiu em seu descanso nas escadas e lazer de curtir um passeio, embora fosse um passeio muito mais do interesse e do ritmo da mãe do que da criança.
Sei que o que vou escrever pode até incomodar a muitos, mas será que tudo não seria resolvido se a mãe descesse as escadas da farmácia, se agachasse ao lado da menina e falasse bem em seu ouvido: “Filhinha: Eu sei que você está cansada e com fome, já faz tempo que estamos andando, mas pense nos lindos ovos que vamos comer domingo de páscoa, pense no quanto a madrinha vai ficar contente com o ovo que você vai levar para ela, pense no quanto seu lindo vestidinho vai ficar sujo deste chão que passa tantas pessoas... Vamos, levante! È só mais um pouquinho, eu vou comprar um remédio aqui e já vamos. Ajude a mamãe mais um pouquinho!!!
Educar ameaçando tirar o presente é uma perda de oportunidade de educar através do pensar, do colaborar, do compartilhar.
Será que as crianças educadas através das ameaças e do medo de perder não se tornarão adultos que no lugar de pensar sobre o que fazer ou não fazer pensarão sobre na frente de quem fazer ou não fazer? E serão adultos expercts em fazer coisas erradas longe dos olhos dos guardas.