O que está errado é pais e educadores, frente ao
descontentamento com a aprovação da “lei da Palmada” – nome popular da lei que
pune pais ou responsáveis que aplicam castigos que resultam em sofrimento
físico a crianças – abrirem mão de suas autoridades e à moda de Pôncio Pilatos,
lavarem suas mãos e se desresponsabilizarem da educação de seus filhos.
Estas leis afirmativas necessitam ser existentes para que a população
inicie a busca de uma nova maneira de educar e não a busca de um abandono ou de
uma desculpa que justifique a ausência e negligência da responsabilidade de ser
pai e educador.
Biblicamente o apóstolo, escritor de Romanos, nos adverte no capítulo
13:5 sobre o quanto é incompleto educar apenas pelo castigo e nos estimula a
educar também pela consciência.
Que nós crentes não coloquemos a culpa de mal
educar nossos filhos nesta lei, pois o castigo por reciprocidade como consequência
dos erros é tudo de bom e eficaz para educar, apenas dá mais trabalho do que o
medo da palmada.
Inúmeras gagueiras, dificuldades de relacionamento
conjugal ou mesmo relacionamento interpessoal tem suas origens em
relacionamento com pais agressivos.
Já fiz pesquisa em Centro de Reabilitação de
Menores detidos por atos de infração e constatei que todos sem exceção, retidos
no período da pesquisa, haviam apanhado muito de suas mães, principalmente na
idade de 4 anos.
Finalmente tenho o meu testemunho de fazer parte
dos 5 filhos do casal de professores Alzira e Guilherme Paschoalick que não
apanharam e que seus pais gastavam muito tempo conversando e refletindo sobre
ações e consequências.
Educar é muito mais complexo e trabalhoso do que
apenas dar palmadas quando um erro é efetuado.
Para que você possa refletir sobre as consequências
da educação agressiva, uma criança educada
até os 12 anos pelo medo, por castigo e por surras pode desenvolver
internamente uma ou mais destas 4 decisões abaixo descritas:
1. VINGANÇA: Quando eu crescer você vai ver o que
eu faço com você! (Decisão esta que a maioria dos alunos agressivos e levados
do Ensino Fundamental toma quando pequeno - 4 à 12 anos - frente a EDUCAÇÃO
PELO MEDO, e que faz parte da história
de infância de quase todos os maridos que batem na mulher.)
2. INSENSIBILIDADE: Também não doeu, não estou nem
aí! (Decisão esta que faz parte da história da infância da maioria dos presos
por briga ou assassinatos com requintes de maldades.)
3. FINGIMENTO: Vou ficar mais esperto e fazer as
coisas que os desagradam mais escondidas de vocês! (Decisão esta que pessoas
“fingidas”, que costumam esconder seus maus comportamentos com mentiras a seus pais,
professores, chefes, maridos, esposas, vigias - tomaram e que faz parte da
história da maioria dos que se entregam a drogas ou a um mundo de mentiras.)
4. ABANDONO: Também não vou te amar mais e não vou
gostar do que você me oferece. (Decisão esta tomada por alunos que não gostam
de uma matéria porque tiveram experiências negativas com professores daquela
matéria e faz parte da história da maioria dos adultos que abandonaram os
estudos na infância ou adolescência ou mesmo daqueles adultos que não conseguem
persistir até o final em uma tarefa ou propósito, mesmo frente a adversidades.)
Finalizando, a educação pelo medo é aparentemente a
mais eficaz e imediata mas pode gerar no ser humano mecanismos de defesa que o
impulsiona a tomar decisões de reagir, se defender ou se vingar mais tarde,
quando crescer.
Tais
mecanismos e decisões são determinantes de comportamentos adultos desajustados
e agressivos, pois o sentir e o pensar ficam inibidos em momentos de raiva ou
contrariedade.
Fazendo-se assim cumprir a afirmação: “Violência gera violência”.
Troque a educação pelo medo pela educação
pela consciência.
Troque a educação pelas ameaças e
castigos pela educação dos limites e contratos.
Flagre seu filho fazendo coisas certas e verbalize para ele que, apesar
de seus erros e insucessos, ele é CAPAZ e é AMADO e ADMIRADO.