Violência traz violência!
Criança ferida, criança que fere!
Muitas são as vezes que tenho escrito sobre violência
doméstica, grande responsável pela maioria dos problemas sociais como
desestruturação da família, uso de drogas, homens que batem em mulheres e
outras mazelas sociais. Na grande maioria de casos que trato de mau
comportamento dos filhos, há pais que batem varadas, palmadas e chineladas
sempre que estão nervosos ou envergonhados de atos realizados por seus filhos,
provocando, na maioria das vezes, a retirada da responsabilidade dos atos de
seus filhos.
Também já escrevi sobre castigar ou premiar de acordo com
seu humor, e agora quero escrever sobre uma grande confusão que se faz a partir
do apelido político e social que a lei de proteção aos menores de espancamentos
e castigos físicos de “lei da palmada”.
O apelido “Lei da palmada” faz com que a população acredite
que dar uma palmada em seu próprio filho seja proibido e condenado por lei e
outros chegam ao cúmulo de se dizerem impedidos, pela lei, de exercer seu papel
de pai e autoridade sobre seus filhos.
Enquanto isto os filhos se empoderam de direitos totalmente
desvinculados de deveres e o governo se furta do cumprimento do artigo do ECA
que recomenda encaminhar os pais de crianças e adolescentes com dificuldades de
aprendizado e comportamentais a cursos de capacitação e conscientização a estes
pais. Tudo uma confusão onde os pais e
as crianças são as grandes vítimas e no fundo quem sai vitimada é a FAMÍLIA.
E muitos evangélicos desinformados ou influenciados pelo
apelido indevido "Lei da Palmada" no lugar de "Lei do
espancamento" tem a coragem de dizer que esta lei é do demônio e antibíblica.
Demoníaco e antibíblico, por ser uma mentira, é o apelido
que esta lei ganhou estratégia de uma deputada que desejava angariar votos
“chovendo no molhado”.
É polêmico, mas não há nada que
mais vicia do que bater em criança e também é viciante a criança aprender a
apanhar como coisa normal e sem lógica.
Pais, não justifiquem seus
abandonos na educação dos filhos em nome da "Lei da Palmada",
lembrem-se de que em Romanos 13:5 a Bíblia nos aconselha a educar pela
consciência.
Que tipo de consciência o
espancamento provoca?
APLICAÇÃO PRÁTICA
Em meu dia a dia no “chão da
escola” tenho observado que as crianças que mais problemas de comportamentos
desafiadores apresentam são as que os pais batem chineladas de amor e depois se
arrependem e superprotegem os filhos.
Tenho trabalhado no sentido de
descondicionar tais crianças e seus pais do fazer/bater/apanhar.
O problema é que meio a este
processo as crianças “pedem para apanhar”, pois estão viciadas nesta forma de
carinho e atenção.
Ao mesmo tempo em que os pais são
aconselhados a não bater, também são aconselhados a reservarem 30 minutos do
dia para uma reflexão dos comportamentos do dia e junto com seus filhos
caminharem por uma estrada onde a criança sente-se caminhando em direção a um
prêmio.
É como se fizéssemos uso de
morfina para aplacar uma dor. Substituímos um condicionamento do castigo para
outro condicionamento, só que agora do prêmio. Mas, se este segundo
condicionamento é associado a uma hora de reflexão e conversa afetiva sobre
comportamentos adequados e comportamentos inadequados, vamos em paralelo,
formando uma mente que pensa sobre o que fez e consequentemente passará a
pensar sobre o que vai fazer, além de trabalhar na formação da reflexão sobre a
consequência de tudo que fazemos e o que é melhor: AUXILIAMOS estas crianças a
VIVENCIAREM a PAZ e VITÓRIA que comportamentos adequados nos trazem.
Ao longo de três, quatro meses
deste novo condicionamento, a criança, por si só, passa a sentir prazer em seus
novos comportamentos social e se desinteressa dos prêmios, pois há um prêmio
bem maior que é o ganho da aceitação social.
Desejo aos pais que batem
impulsivamente ou calculadamente um BOM DESCONDICIONAMENTO para libertá-los e
libertarem seus filhos.
Se você se interessa mais pelo
assunto leia sobre as possíveis consequências do muito apanhar: http://uipi.com.br/colunas/2014/06/25/a-favor-ou-contra-a-lei-da-palmada/