Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Mais uma vez confusão entre palmada e espancamento

Violência traz violência!
Criança ferida, criança que fere!
Muitas são as vezes que tenho escrito sobre violência doméstica, grande responsável pela maioria dos problemas sociais como desestruturação da família, uso de drogas, homens que batem em mulheres e outras mazelas sociais. Na grande maioria de casos que trato de mau comportamento dos filhos, há pais que batem varadas, palmadas e chineladas sempre que estão nervosos ou envergonhados de atos realizados por seus filhos, provocando, na maioria das vezes, a retirada da responsabilidade dos atos de seus filhos.
Também já escrevi sobre castigar ou premiar de acordo com seu humor, e agora quero escrever sobre uma grande confusão que se faz a partir do apelido político e social que a lei de proteção aos menores de espancamentos e castigos físicos de “lei da palmada”.
O apelido “Lei da palmada” faz com que a população acredite que dar uma palmada em seu próprio filho seja proibido e condenado por lei e outros chegam ao cúmulo de se dizerem impedidos, pela lei, de exercer seu papel de pai e autoridade sobre seus filhos.
Enquanto isto os filhos se empoderam de direitos totalmente desvinculados de deveres e o governo se furta do cumprimento do artigo do ECA que recomenda encaminhar os pais de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado e comportamentais a cursos de capacitação e conscientização a estes pais.  Tudo uma confusão onde os pais e as crianças são as grandes vítimas e no fundo quem sai vitimada é a FAMÍLIA.
E muitos evangélicos desinformados ou influenciados pelo apelido indevido "Lei da Palmada" no lugar de "Lei do espancamento" tem a coragem de dizer que esta lei é do demônio e antibíblica.
Demoníaco e antibíblico, por ser uma mentira, é o apelido que esta lei ganhou estratégia de uma deputada que desejava angariar votos “chovendo no molhado”. 
É polêmico, mas não há nada que mais vicia do que bater em criança e também é viciante a criança aprender a apanhar como coisa normal e sem lógica.
Pais, não justifiquem seus abandonos na educação dos filhos em nome da "Lei da Palmada", lembrem-se de que em Romanos 13:5 a Bíblia nos aconselha a educar pela consciência.
Que tipo de consciência o espancamento provoca?


APLICAÇÃO PRÁTICA
Em meu dia a dia no “chão da escola” tenho observado que as crianças que mais problemas de comportamentos desafiadores apresentam são as que os pais batem chineladas de amor e depois se arrependem e superprotegem os filhos.
Tenho trabalhado no sentido de descondicionar tais crianças e seus pais do fazer/bater/apanhar.
O problema é que meio a este processo as crianças “pedem para apanhar”, pois estão viciadas nesta forma de carinho e atenção.
Ao mesmo tempo em que os pais são aconselhados a não bater, também são aconselhados a reservarem 30 minutos do dia para uma reflexão dos comportamentos do dia e junto com seus filhos caminharem por uma estrada onde a criança sente-se caminhando em direção a um prêmio.
É como se fizéssemos uso de morfina para aplacar uma dor. Substituímos um condicionamento do castigo para outro condicionamento, só que agora do prêmio. Mas, se este segundo condicionamento é associado a uma hora de reflexão e conversa afetiva sobre comportamentos adequados e comportamentos inadequados, vamos em paralelo, formando uma mente que pensa sobre o que fez e consequentemente passará a pensar sobre o que vai fazer, além de trabalhar na formação da reflexão sobre a consequência de tudo que fazemos e o que é melhor: AUXILIAMOS estas crianças a VIVENCIAREM a PAZ e VITÓRIA que comportamentos adequados nos trazem.
Ao longo de três, quatro meses deste novo condicionamento, a criança, por si só, passa a sentir prazer em seus novos comportamentos social e se desinteressa dos prêmios, pois há um prêmio bem maior que é o ganho da aceitação social.
Desejo aos pais que batem impulsivamente ou calculadamente um BOM DESCONDICIONAMENTO para libertá-los e libertarem seus filhos.


Se você se interessa mais pelo assunto leia sobre as possíveis consequências do muito apanhar: http://uipi.com.br/colunas/2014/06/25/a-favor-ou-contra-a-lei-da-palmada/

domingo, 6 de julho de 2014

A Favor ou Contra a Lei da Palmada?

O que está errado é pais e educadores, frente ao descontentamento com a aprovação da “lei da Palmada” – nome popular da lei que pune pais ou responsáveis que aplicam castigos que resultam em sofrimento físico a crianças – abrirem mão de suas autoridades e à moda de Pôncio Pilatos, lavarem suas mãos e se desresponsabilizarem da educação de seus filhos.     



Estas leis afirmativas necessitam ser existentes para que a população inicie a busca de uma nova maneira de educar e não a busca de um abandono ou de uma desculpa que justifique a ausência e negligência da responsabilidade de ser pai e educador.

Biblicamente o apóstolo, escritor de Romanos, nos adverte no capítulo 13:5 sobre o quanto é incompleto educar apenas pelo castigo e nos estimula a educar também pela consciência.

Que nós crentes não coloquemos a culpa de mal educar nossos filhos nesta lei, pois o castigo por reciprocidade como consequência dos erros é tudo de bom e eficaz para educar, apenas dá mais trabalho do que o medo da palmada.



Inúmeras gagueiras, dificuldades de relacionamento conjugal ou mesmo relacionamento interpessoal tem suas origens em relacionamento com pais agressivos.

Já fiz pesquisa em Centro de Reabilitação de Menores detidos por atos de infração e constatei que todos sem exceção, retidos no período da pesquisa, haviam apanhado muito de suas mães, principalmente na idade de 4 anos.

Finalmente tenho o meu testemunho de fazer parte dos 5 filhos do casal de professores Alzira e Guilherme Paschoalick que não apanharam e que seus pais gastavam muito tempo conversando e refletindo sobre ações e consequências.

Educar é muito mais complexo e trabalhoso do que apenas dar palmadas quando um erro é efetuado.

Para que você possa refletir sobre as consequências da educação agressiva, uma criança educada  até os 12 anos pelo medo, por castigo e por surras pode desenvolver internamente uma ou mais destas 4 decisões abaixo descritas:

1. VINGANÇA: Quando eu crescer você vai ver o que eu faço com você! (Decisão esta que a maioria dos alunos agressivos e levados do Ensino Fundamental toma quando pequeno - 4 à 12 anos - frente a EDUCAÇÃO PELO MEDO, e  que faz parte da história de infância de quase todos os maridos que batem na mulher.)

2. INSENSIBILIDADE: Também não doeu, não estou nem aí! (Decisão esta que faz parte da história da infância da maioria dos presos por briga ou assassinatos com requintes de maldades.)

3. FINGIMENTO: Vou ficar mais esperto e fazer as coisas que os desagradam mais escondidas de vocês! (Decisão esta que pessoas “fingidas”, que costumam esconder seus maus comportamentos com mentiras a seus pais, professores, chefes, maridos, esposas, vigias - tomaram e que faz parte da história da maioria dos que se entregam a drogas ou a um mundo de mentiras.)

4. ABANDONO: Também não vou te amar mais e não vou gostar do que você me oferece. (Decisão esta tomada por alunos que não gostam de uma matéria porque tiveram experiências negativas com professores daquela matéria e faz parte da história da maioria dos adultos que abandonaram os estudos na infância ou adolescência ou mesmo daqueles adultos que não conseguem persistir até o final em uma tarefa ou propósito, mesmo frente a adversidades.)

Finalizando, a educação pelo medo é aparentemente a mais eficaz e imediata mas pode gerar no ser humano mecanismos de defesa que o impulsiona a tomar decisões de reagir, se defender ou se vingar mais tarde, quando crescer.

         Tais mecanismos e decisões são determinantes de comportamentos adultos desajustados e agressivos, pois o sentir e o pensar ficam inibidos em momentos de raiva ou contrariedade.

         Fazendo-se assim cumprir a afirmação: “Violência gera violência”.

        Troque a educação pelo medo pela educação pela consciência.
         
         Troque a educação pelas ameaças e castigos pela educação dos limites e contratos.

         Flagre seu filho fazendo coisas certas e verbalize para ele que, apesar de seus erros e insucessos, ele é CAPAZ e é AMADO e ADMIRADO.




sábado, 1 de junho de 2013

“MANDA QUEM PODE. OBEDECE QUEM TEM JUÍZO.”

             Este artigo foi Publicado na coluna educação do portal uipi- 1-06-2013

Ely Paschoalick comenta sobre como os adultos afetivamentes ligados à criança passam para ela a mensagem de: NÃO PENSE! SEJA TÍMIDO! FIQUE NA SUA! NÃO QUESTIONE!
           
                              Quando os pais praticam uma autoridade inquestionável “Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.” Os filhos são estimulados a bem se comportar pelo medo de ser abandonado, repudiado, rejeitado ou castigado por seus familiares.
                  
                           Frente a este medo o filho demonstra-se obediente e aparentemente tudo está bem em relação ao comportamento e à obediência porém é comum que neste caso os filhos passem a ter um comportamento de não pensar sobre o que está acontecendo à sua volta, não pensar sobre aquilo que lhe explicam e não pensar sobre as causas e conseqüências de seus atos.




                    Motivados pelo medo os filhos podem desenvolver comportamentos extremista: por um lado muito sem vergonha, procurando sempre uma encrenca (destemor); ou por outro lado um comportamento distraído, introspectivo e tímido (temor). Em ambos os casos, apesar de ter potencialidade intelectual, esta pouca estimulação para pensar e o condicionamento de obedecer frente ao medo reflete negativamente, com certeza, em seu desempenho escolar.

                   O sucesso escolar durante o ano é sempre inferior a capacidade total do indivíduo e, para surpresa de todos, nos exames finais de última chance o aluno obtém sucesso total. Isto acontece pois o indivíduo aprendeu a reagir positivamente mediante grandes pressões de medo.

                  O pior é que geralmente os professores e os familiares comentarão:__"Inteligente ele é mas é vagabundo, sem vergonha e preguiçoso. Quando ele quer ele consegue!".

                    Tais comentários só servirão de alimentadores para que a pessoa continue só reagindo positivamente frente ao medo e antes do medo aparecer ficar na letargia de nada fazer.

                     A mensagem “NÃO PENSE” pode também ser obedecida pela criança que percebe algo diferente no comportamento dos pais ou familiares e estes lhes garante que nada está acontecendo ou o que é pior, mentem no intuito de esconder dele a realidade dos fatos. Alguns escondem a morte de parentes, doenças graves de algum membro, separação do casal...

                  A mensagem “NÃO PENSE” pode também ser transmitida ao filho por pais que sempre os estão afastando das conversas e não tendo tempo para responder seus questionamentos.

                   A mensagem “NÃO PENSE” ou a mensagem "você é capaz de pensar", assim como outras mensagens que formam a auto-estima do indivíduo, são passadas para os menores de 12 anos, por pessoas afetivamente ligadas a eles das quais eles dependem fisicamente, materialmente ou emocionalmente.

                  Também é importante realçar que tais mensagens não são passadas claramente pelo emissor (pai, mãe, professor, avó, vizinha...) elas são passadas no inconsciente sem necessidade alguma de palavras, pois elas são percebidas pelas crianças e jovens através da percepcao das posturas corporais de seus pais, de suas expressões faciais, do tom e entoação de voz, dos gestos e atitudes.

                  É interessante que os pais saibam e fiquem atentos ao fato que o simples falar com o filho, explicar o porque, conversar com ele, chamá-lo à consciência dos atos, não garantem a obediência.  Porém, falar detalhadamente, explicar o porquê é o caminho para estimular o pensar e o refletir do filho.



                 Os pais que TROCAM PONTOS DE VISTA COM OS FILHOS, os pais que orientam o filho em direção a tomar e respeitar decisões estão desenvolvendo com seus filhos o autocontrole, a persistência, a disciplina e o pensar: fatores fundamentais nas estratégias eficazes para enfrentar crises e dificuldades.
 
                 Só sabe tomar decisões assertivas aquele que sabe respeitar decisões.

                  Estabelecer limites é envolver o filho com idéias e ações.  Praticar autoridade inquestionável "Manda quem pode obedece quem tem juízo", castigar na raiva, gritar, xingar, ameaçar (seja cumprindo ou não cumprindo) são maneiras de romper a confiança entre pais e filhos e levar o filho a acreditar que é melhor não pensar, não questionar, para viver em paz.



quinta-feira, 5 de julho de 2012

PRESENTES PRECIOSOS E DURADOUROS PARA SEU FILHO


A Educadora Ely Paschoalick escreve sobre os dez melhores presentes para oferecer aos filhos.


1-      AUTO-ESTIMA POSITIVA
Maximize os feitos positivos de seus filhos. Use uma lupa e banque o detetive, porém só flagrando e colocando uma lente de aumento nas coisas certas que ele faz e fala. Flagre-o fazendo o certo e expresse seus sentimentos ao vê-lo realizando assertivamente tarefas, sejam elas, simples, complicadas, rotineiras ou extraordinárias. Quanto aos erros demonstre a diferença entre amar sua pessoa, seu “ser” e não aceitar aquele “fazer” que deve ser interrompido e não mais repetido. Este presente é um “pacotão” que deve estar sempre junto com os itens dois e oito.



2-      ELOGIOS INCONDICIONAIS
Dê beijos, abraços, presentes e declarações de amor simplesmente porque os ama e não condicionados às notas boas, à obediência ou qualquer outro feito. Evite negociar prêmios.


3-      CAPACIDADE DE RESILIÊNCIA
Obs.: Resiliência é a capacidade concreta de retornar ao estado natural de excelência, superando uma situação critica. Segundo dicionário Aurélio, é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal de formação elástica”. Aqui estamos falando em ensinar a nossos filhos a arte de transformar as experiências ruins em soluções criativas – em fatores importantes para obter o sucesso.

Para dar este presente a seus filhos é necessário oferecer tempo e oportunidade para que eles refaçam com sucesso aquilo que foi um insucesso ou mesmo um fracasso. É preciso que seus filhos acreditem que mesmo depois de muito errar há possibilidades de melhorar e mudar as circunstâncias.

4-      ESPÍRITO SOLIDÁRIO
No lugar de se enfurecer ou lamentar quando algum de seus filhos fracassa, entristeça com suas perdas, frustrações e dificuldades. Demonstre-lhe sua comiseração. Só consegue aceitar o outro quem aceita, sente e percebe seus próprios erros e dificuldades.
   
5-      ESPÍRITO DE INCLUSÃO – SEM PRECONCEITOS


Faça uma reavaliação em seus comportamentos, comentários e sentimentos frente aos diferentes, aos menos validos, aos necessitados, aos portadores de necessidades especiais... Auxilie seus filhos a respeitá-los aceitando-os, amando-os, incluindo-os e, sobretudo admirando-os. Educação se dá pelo modelo. Crianças vêem, crianças fazem. Seja uma influência positiva. Veja o filme: http://www.youtube.com/watch?v=8D_xeaFbq-w 


6-      SEGURANÇA E INDEPENDÊNCIA
Esteja com eles, faça-lhes companhia, encoraje-os frente a situações difíceis de serem realizadas. Lembre-se, nunca faça por eles, mas acompanhe-os e motive-os. Se você tem mais que um filho ensine cada um deles a ser independente e auxiliar a independência do outro, mas ensine-os a serem uns pelos outros. Distribua tarefas caseiras para que eles realizem em meio a suas atividades. 


7-      COMPREENSÃO E AFETIVIDADE
Envolva seus filhos com olhares de carinho, compreensão e amor. Se eles se familiarizarem com seus olhares e expressões faciais de aprovação certamente compreenderão quando o olhar for de advertência.
                                                                              

8-      COMPETÊNCIA E CAPACIDADE

Valorize os acertos de seus filhos. Temos o hábito de interferir no erro e considerar o acerto como se fosse normal e comum e às vezes até obrigação. Às vezes há pais que até verbalizam isto dizendo “Não fez mais do que sua obrigação!”. Valorizar os acertos é trocar esta frase por outra semelhante “Parabéns! Você cumpriu maravilhosamente bem sua obrigação! Estou orgulhoso de você! Continue assim!”. Valorizar é dar lugar de destaque. È tornar importante. Não é necessário um presente para valorizar algo. Valorizar o acerto não necessariamente é dar-lhe uma recompensa material, mas sim um destaque afetivo. Lembre-se sempre, este presente faz parte do “pacotão” dos itens um e dois.   

9-      TRANQUILIDADE E PAZ

Ofereça rotina para seus filhos. Que eles tenham pelo menos uma das refeições do dia coletivo com a família envolta de uma mesa onde as pessoas trocam idéias, que eles tenham horários para estudar, brincar, passear, tomar banho, dormir e acordar. Que eles tenham rituais para guardar as roupas, os objetos, os brinquedos – cada coisa em seu devido lugar – e ensine-os a diminuir o lixo, colecionar e conservar objetos. Só uma pessoa capaz de conservar poderá preservar e respeitar a natureza.


10-  RELIGIOSIDADE

Este é o último presente que enumero para você dar a seus filhos, porém é o mais importante. Através da religiosidade as pessoas aprendem que há leis naturais que regem a Terra e reconhecendo a grandeza e soberania de Deus terá sensibilidade para conhecer a si mesma. Com a religiosidade você desenvolverá em seus filhos dois dons espirituais de extrema motivação para a vida: FÉ E ESPERANÇA.

Espero que você ofereça estes dez presentes a seus filhos e que Deus derrame bênçãos de saúde, prosperidade e paz em sua família.  

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Elogie do jeito Certo

este artigo foi escrito por Marcos Meier*

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada
criança.

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até
conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem
qualquer tipo de consequência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.
A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”.

As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.

No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas.

Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que
sejam incentivados constantemente a agir assim.

Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como:

“Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”,

“parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”,

“filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído
como algumas colegas fizeram... você é solidária”,

“isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu video game foi muito legal, você é um bom amigo”.

Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los.

Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual.

“Que linda você é amor”,

“acho você muito esperto meu filho”,

“Como você é charmoso”,

“que cabelo lindo”,

“seus olhos são tão bonitos”.

Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”.

Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.

* Marcos Meier é psicólogo, professor de Matemática e mestre em Educação. Especialista na teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva de Reuven Feuerstein, em Israel. Também conhecida como
teoria da Mediação da Aprendizagem.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sentir tristeza, chorar, abraçar e conversar são quatro ações necessárias para sobreviver a tragédias.

Publicado no portal UIPI Educação


A educadora Elypaschoalick orienta os pais a conversarem com seus filhos e sobretudo expressarem seus sentimentos de tristeza e medo.

Estudos relatam que após pesquisas comparativas entre o comportamento de soldados vindos da segunda guerra mundial e soldados oriundos da Guerra do Vietnã alguns fatores foram destacados como significativos ¬¬¬ para que a maioria dos primeiros se ajustassem em suas comunidades e se tornassem grandes homens construtores de um novo mundo e uma boa parte dos segundos se tornassem desajustados, deprimidos, com stress pós-traumático e portadores de transtornos da saúde mental.

Os estudos demonstraram o seguinte quadro comparativo:

II GUERRA MUNDIAL                                                                    

A= Voltaram de navio (meses de viagem)
                              
B=Conversavam no navio e se identificavam na dor e nos pesadelos.                                                             

C= Conviveram com uma sociedade destruída, necessitando ser reerguida                                                                  

D= Se envolveram na reconstrução da pátria e da vida pessoal.                                                                          


GUERRA DO VIETNÃ

A=  Voltaram de helicóptero (Em apenas horas de viagem chegavam em uma sociedade organizada onde jogar papel no chão era fato digno de repreensão.)

B=  Conversavam com pessoas que não viveram as atrocidades da guerra.                 
C= Conviveram com uma sociedade totalmente organizada.


D= Receberam condecorações e indenisações pelos serviços não necessitando de lutar para sobreviver.


Podemos observar pelo quadro acima a importância da conversa e identificação de sentimentos e sensações que estão na memória humana após a vivência de experiências brutais que envolvem a vida, a morte, a dor, a frustração, o medo, a injustiça...enfim uma confusão e profusão de sentimentos.

Tivemos nesta quinta-feira (7), o triste acontecimento na escola do Rio onde o ex-aluno Wellington Oliveira, 23, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e fez vários disparos, atingindo mais de 30 alunos. Doze crianças morreram, além do atirador.

A grande pergunta que ficou no ar foi: “Como voltar à vida normal?”

Houve quem, como a jornalista astridfontenell no twitter que aconselhou: “Senhores pais, não deixem seus filhos verem este episódio trágico na TV” no entanto penso que deve ser exatamente o contrário: “Senhores pais, assistam juntamente com seus filhos este episódio trágico e conversem inesgotavelmente sobre o que você está sentindo, o que seu filho está sentindo, o que os familiares das vítimas estão sentindo, o que os familiares do agressor estão sentindo...conversem sobre inesperado, probabilidade, prevenção, imprevisto, incontrolável...

Encoragem seus filhos a falarem sobre seus sentimentos, a chorarem suas tristezas, a expressarem seus medos e receios.

Sobretudo não caiam na onipotência de prometerem que com eles isto nunca vai acontecer e também não permitam que este fato quebrem as responsabilidades de rotina como: ir às aulas, estudar, dormir no horário pre-estabelecido etc...

É mais do que necessário pensar sobre o que sente e sentir sobre o que pensa.





terça-feira, 5 de abril de 2011

Cuidado com o que demonstra a seu filho!

Publicado no portal Megaminas.com.br na coluna educação

Triste realidade dos tempos atuais !


Que esta, considerada uma das melhores críticas sobre os tempos atuais, sirva de alerta para você pai e mãe que me lê.

Cuidado! A criança possui uma mente absorvente que funciona como se fosse uma esponja a cair em uma bacia de água. Se a água está amarela, de imediato a esponja fica amarela. Se a água está azul, imediatamente a esponja  ficará azul. Assim é a capacidade de absorver o ambiente que a mente infantil possui.

Cuidado com os valores que você vivencia e, com certeza, serão o colorido da moral e ética de seu filho.
Quino, autor da Mafalda, desiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso no cartum uma triste realidade:

Observe e reflita:









Que Deus nos abençoe e ilumine nossos passos para que possamos caminhar na Luz com nossos filhos.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Como auxiliar seu filho de 4 anos a planejar organizadamente


Elypaschoalick comenta sobre relacionamento mãe e filho entre 4 e 5 anos.

Siga-me pelo http://twitter.com/#!/elypaschoalick

Este artigo foi publicado no site www.megaminas.globo.com/coluna/educacao 

 


Outro dia publiquei um artigo com o título: "SOCORRO! Meu filho é desorganizado!" 

e fui almoçar na casa de uma amiga que tem uma filha de 4 anos e meio, vou chamá-las de menina Janaína e sua mamãe Lúcia.

Lúcia comentou que seguindo o que o artigo dizia ia pedir para sua filha Janaína recolher todos os brinquedos. A menina começou a recolher e encontrou entre os brinquedos uma colher de pau que pertencia aos utensílios de cozinha e correu mostrar para sua mãe Lúcia dizendo indignada:

__Mamãe, olhe o que puseram no meio dos brinquedos! É da cozinha! Não podia estar ai!

Comentei com a mãe que aquela fala demonstrava o quanto aquele fato feria seu princípio interno de organização, pois como escrevera no artigo: “É aos 4 anos de idade que a criança manifesta seu período mais sensível a ordem”.

Confirmando o que conversávamos a menina expressou seu desejo de lavar a mala, uma vez que esta estava cheia de terrinha e suja.

A menina saiu da sala, levou a mala para o jardim, pegou a mangueira, abriu a torneira e começou a lavar a mala espirrando água pela sala adentro.

Lúcia levantou-se e pacientemente explicou para Janaína que se colocasse a mala virada para o outro lado a água cairia no jardim e não na sala. 

Após várias perguntas que provocaram “o pensar e analisar” da criança, menina e mangueira posicionaram-se corretamente e a mãe anunciou que iria buscar sabão para ser usado na lavagem da mala. 


Lembrei-me mais uma vez do artigo onde afirmara que

“O aprendizado da organização depende de vários aspectos mas considero os dois principais a destreza motora (habilidades com o corpo) junto a localização espacial (à direita - esquerda – embaixo – encima – longe – perto...) nas relações da pessoa com os objetos – da pessoa com outras pessoas”.

Estava ali um bom exemplo:

Janaína como criança de 4 anos estava no período sensível à ordem e impulsionada por esta força interna de sua natureza humana se motivara para organizar todos os brinquedos na mala.

No entanto seu objetivo era impedido de ser alcançado uma vez que a menina não possuía destreza motora para tal intento.

Janaína também, em seus 4 anos ainda não possuía percepção espacial suficiente para lhe dar as informações sobre as conseqüências que a água direcionada para a sala poderia provocar.

A interferência positiva da mãe ofereceu oportunidade de Janaína pensar, criar hipóteses, experimentar suas hipóteses e concluir sobre elas. 

O fato da mãe anunciar que iria buscar sabão para a limpeza da mala fez com que a menina se sentisse aprovada e com permissão interna para realizar, com sucesso, algo que desejara.

Pensei nas inúmeras mães que provavelmente teriam atitudes negativas frente ao mesmo acontecimento. 


Por exemplo, uma mãe que ao ver sua filha com a mangueira direcionada para a sala e espirrando água na mesma, começasse a gritar e ordenar: 

__ “Feche já esta torneira, não está vendo que está alagando a sala! Como você é desastrada! Pare agora com esta lavagem de mala”.

Esta fala que aparentemente seria uma frase corretiva e educativa trazia em sua essência toda uma mensagem de incompetência e incapacidade para a criança que a escuta.           

É necessário que nós pais e educadores ofereçamos, assim como Lúcia ofereceu, oportunidades para a criança de 4 anos – Janaína - tirar conclusões positivas de si mesma pensando assim:

“Eu sou alguém especial, que tenho minhas necessidades, meus gostos, meus desejos ...  Eu sou capaz de movimentar-me e cessar  meus movimentos, eu me mando e me comando sempre pensando na melhor maneira para realizar meus planejamentos”.

Isto é potencializar o sentido de ordem interna de seus filhos.

 Fale comigo pelo: elypaschoalick@gmail.com

 Saiba melhor quem é Elypaschoalick lendo aqui.

Conheça os temas das palestras de Elypaschoalick

Leia sinopse do livro "Os 4 P's da Educação"


sábado, 29 de janeiro de 2011

“ SOCORRO! Meu filho é desorganizado! (I)




“Existem períodos sensíveis a ordem e períodos de desorganização”. Elypaschoalick escreve sobre como conhecer estes períodos e como agir com seus filhos frente a eles.”


                    O aprendizado da organização depende de vários aspectos mas considero os dois principais a destreza motora (habilidades com o corpo) junto a localização espacial (à direita - esquerda – embaixo – encima – longe – perto...) nas relações da pessoa com os objetos – da pessoa com outras pessoas.  



A bem da verdade podemos considerar que a primeira organização do ser inicia-se no útero quando as células se organizam para formar o ser, seus órgãos... São regras invisíveis mas rígidas, constantes e inerentes a espécie humana.


                    Logo após o nascimento o bebê vai fazendo, através da interação com aqueles que dele cuidam, ciclos metabólicos de alimentação e sono até que de repente estamos dizendo: ”Parece um reloginho: tem hora para cocô, para mamar etc...

                    E se formos perceber cada ser humano tem um biorritmo muito individual que acaba se adaptando ao ritmo do grupo social com o qual convive: sua família.




Porem é aos 4 anos de idade que a criança manifesta seu período mais sensível a ordem.

                    E’ nesta idade que ela corre buscar um cinzeiro se alguém acende um cigarro. E’ nesta idade que ela “birra” quando alguém usa seu prato, seu copo ou seu lugar à mesa.


                   Muitos pais interpretam isto como egoísmo, mas estas exigências são apenas manifestações de sua natureza sensível a ordem.

                   Você poderá argumentar: ”Ah! Mas também ela quer o do outro!”  

Sim, ela ainda vive uma fase egocêntrica onde tudo deve girar em torno dela. Onde ela é a causa e o efeito de tudo.

                   Ou você poderá me dizer: “ Ah! Mas aos 4 anos ela quer uma roupa e tem que ser aquela. Outra não serve! Se eu digo que é outra, ela teima e quer sempre o contrário!”

Sim, ela está saindo do egocentrismo e exercitando sua identidade:


É necessário que nós pais e educadores ofereçamos oportunidades para a criança de 4 anos tirar conclusões positivas de si mesma pensando assim: “Eu sou alguém especial, que tenho minhas necessidades, meus gostos, meus desejos, meu corpo e assim como cada objeto serve para alguma coisa especifica, cada parte do meu corpo também tem uma função e serve para alguma coisa especifica, eu sou capaz de movimentar-me e cessar  meus movimentos, eu me mando e comando”.

                  Pôr tudo isto os 4 anos é o período principal onde pais devem começar a exigir que em suas casas cada coisa tenha seu lugar e que cada objeto seja usado para sua função.

Observe como este é um período onde a criança grita e briga pela ordem das coisas e, sobretudo quando bem estimulada é capaz de manter tudo em ordem.



Já ao contrario, quando com 11 anos, o adolescente vive o período sensível a desordem.

                    Seu organismo começa a se desorganizar para produzir hormônios e acontecer as mudanças físicas que levarão seu corpo para a fase adulta.

Esta desorganização interna reflete em seu modo de andar, pegar as coisas, sentir o peso dos objetos e lhe é difícil diferenciar com destreza qual é a diferença entre a pressão necessária para pegar uma taça de cristal e para carregar uma bigorna...


                   Bem, mas este é um assunto para continuarmos numa  próxima oportunidade. Até lá!


Siga-me pelo http://twitter.com/#!/elypaschoalick

Fale comigo pelo: elypaschoalick@gmail.com











domingo, 16 de janeiro de 2011

Pequenos abusos de poder legitimam os grandes abusos.


 Elypaschoalick alerta aos pais sobre atitudes semelhantes a que a Big Brother Talula teve ao seqüestrar uma tartaruga das praias de Recife.

Li na net a seguinte notícia:
“Na tarde desta quarta (12), a bela Talula mostrou uma face não tão bonita.

Ela contou para os companheiros de confinamento, toda animada, como levou de Recife para casa uma tartaruguinha... no bolso do filho.

Todo mundo sabe que isso é contra lei... e parece que ela também sabia.
 Afinal, falou para os brothers que seu filho já tinha a resposta certa para dar caso eles fossem parados pela fiscalização do aeroporto.”

Sobre esta notícia minha ex-aluna Flávia, comenta comigo pelo twitter: “As pessoas acham certo usar vaga de deficiente, fila de idoso e depois cobra dos governantes terem outra postura”.

Como educadora sou muito questionada sobre a irreverência e agressividade que assola nossa sociedade e especificamente nossas instituições escolares. 

Mas tenho certeza de que esta irreverência e agressividade têm sua origem na falta de capacidade de agüentar frustrações e nos pequenos abusos de poder que as crianças assistem seus pais praticarem e muitas vezes, como no caso de Talula, são cúmplices. 

FALTA DE CAPACIDADE DE AGÜENTAR FRUSTRAÇÕES 

Muitos pais no propósito de “não deixar seus filhos sofrer o que eles sofreram” ou mesmo ao se sentirem frustrados por não poder oferecer a seus filhos tudo o que a mídia os estimula a possuir, acabam criando sistemas de recompensa que não permitem a seus filhos sentirem e sofrerem a tristeza das frustrações.

Tais crianças que tudo descartam (relógios-canetas-copos-amigos-professores) são educadas a substituir por outro aquilo que lhe causou frustração. 


Posso dar como exemplos: Trocar de escola ao tomar bomba. Comprar um presente ou oferecer um passeio porque ele não foi convidado para uma festinha de aniversário. Ir tirar satisfações na escola porque o filhinho foi advertido. Comprar algo igual ao do coleguinha. Comprar depressa outro cachorrinho para a criança parar de chorar pelo cachorrinho de estimação que morreu.

PEQUENOS ABUSOS DE PODER

As crianças assistem passivamente seus pais burlarem pequenas regras como mentir para se desculpar e fugir a cobranças e responsabilidades, passar em sinais vermelhos, brigar no trânsito, comprar produtos piratas e procurar sempre dar um jeitinho para não ser multado, não pagar impostos...

Podemos acrescentar como exemplo de pequenos abusos o contrabando da tartaruga feito pela BBB Talula e seu filho.


São pequenos abusos de poder que acabam legitimando os grandes abusos a que assistimos também passivamente em nosso país:

* Aluno assassina professor que o reprovou;
*  Filho bate em mãe para pegar dinheiro;
Envie sua pergunta ou sugestão: elypaschoalick@gmail.com

Artigo postado dia 16 de janeiro de 2011 no Megaminas:
http://megaminas.globo.com/coluna/educacao